Tempo quente entre Iris Rezende e Marconi Perillo na TV Anhanguera.

Assisti sem prestar muita atenção, confesso, ao debate realizado pela TV Anhanguera, nesta noite de quinta-feira (23), entre os candidatos a governador de Goiás, Iris Rezende (PMDB) e Marconi Perillo (PSDB).

É evidente que sempre quando o clima esquentava de verdade entre os adversários me ligava mais um tantinho na coisa toda, mas o rígido e frio formato do programa não oferece tempo para que o clima permanecesse quente. Alguém se exaltava e lá vinha o "mediador" botando água fria na fervura. Ideias mesmo, não provocou ou despertou celeuma alguma entre esses caras aí que estão se engalfinhando pelo poder político em Goiás pela terceira vez. Marconi, não custa lembrar, está vencendo todas.

Mas retomando aqui. Ideias não vieram à luz no debate não. Mas na verdade nem mesmo na campanha toda. Penso que muito dificilmente o sujeito vai conseguir pinçar algo semelhante a uma grande ideia neste embate eleitoral. O que verdadeiramente provocou bate-boca tem a ver mesmo é com a prática político-administrativa de cada um dos concorrentes. Claro, um enxerga os defeitos no outro e vice-versa. É, às vezes, engraçado a gente ver adultos se comportando de modo infantil até. Pronto, falei. 

O que os caras estão por aí chamando de debate, a meu ver, está longe disso. A começar pelo horário que as emissoras estão exibindo esses programas. Tarde demais. A audiência não é grande coisa não. E o formato então é uma tristeza. Tudo muito justinho aqui e ali. O candidato ou e faz pergunta, réplica e tréplica e um outro ali no meio para dizer "Candidato, seu tempo acabou", "Candidato, a sua pergunta", "Candidato, a sua resposta". Esclarecimento mesmo ao distinto eleitor, ouso acreditar, é muito difícil que ocorra.

Alguém precisa conseguir inovar na forma de se fazer campanhas políticas neste Brasil de meu Deus. Ah, sim! E não acho nem um pouco bacana esse negócio da Justiça Eleitoral se meter a decidir o que pode ou não pode. O debate tem que ser político. Quem deve aprovar ou reprovar o conteúdo dos programas, a meu ver, é o eleitorado. O nível da atual campanha não foi uma beleza, concordo. Mas o que nós chamamos de povo verdadeiramente reprova este tipo de recurso numa disputa eleitoral? Vamos ver o resultado das eleições e pensar melhor a respeito disso. E tenho dito.


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